sábado, agosto 29, 2009

ALADA

O vento frio gelava o rosto,
que gelava também a alma.
Ao longe se podia ouvir o latido dos cães,
buscando a caça.

Nascida alada, soltou já tarde
as faixas que encobriam tal natureza,
pela primeira vez, deixou que o sentimento
dos desejos cruzasse o portal da sensatez...

Os pés caminhavam no ar, quando Éolo lhe encontrou..
A música vinha como encantamento,
vivia nesse momento, plenamente, toda força do que era...

Ao longe, ainda o latido dos cães que buscavam a caça...
O vento frio igualou-se ao corpo,
ergueu então o olhar ao céu...e
livre das faixas que lhe encobriram por toda a vida,
percebeu que havía ido longe demais...

Não estava mais lá o medo,
apenas a trindade.
O Vôo,
a Vertigem
e o Solo...

Os olhos que procuraram o céu,
antes tão próximo,
cruzaram o umbral da verdade,
e o latido dos cães que buscavam a caça, ficaram visíveis.


Suely Cal



segunda-feira, agosto 03, 2009

VISÃO VIRTUAL

Não procuro ao que tem corpo,
procuro ao que tem mente...
em objetiva,
em objetivo.
Destituído de traço negativo,
quando sente,quando olha,
quando em  mente...

Não procuro ao que tem corpo,
mas ao que tem alma,
demente,
com traços positivos,
para o nada,
para o tudo,
inocente.

Tudo nasce na mente:

que cria, forma, mata ou deforma.
Tudo há, quando a mente crê,
ou tudo apenas mente...

Não procuro ao que tem corpo,
mas tenho-o em minha mente...


Suely Cal